Eu to dentro de uma caixa grande
de lixo.
Dentro de uma caixa contornada e rabiscada de cinza
de lixo.
Uma coisa cheia de luz que as pessoas insistem em chamar
de lar.
Por isso passei a cantar pelas vielas e comer com a mão encostado nas calçadas e pedi moedas e coisas velhas para as pessoas que passavam e que não me davam nada de novo, a não ser reclamações. Sorvi com efêmera paixão o caldo pútrido das sopas e pedi pro padre da paróquia, padre sábio, Marquesim, que me perdoasse de todos os pecados da vida, e os dos sonhos também. Salguei com suor o rosto, tratei com esculhambação a vida que nunca havia de me presentear nada.
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2 comentários:
Extraordinário e extremamente original esste teu texto...Um personagem decadente e instigante rs..Gostei cara !
Será q vc é o Thiago Lira q eu to pensando???? Da um pulo no meu blog, olha a foto e vê se vc me conhece!
Se for, muuuito legal ter encontrado teu blog!
Té mais!
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