domingo, 9 de setembro de 2007

Maurício


Lavava cinzeiros, deixava-os tinindo, brilhando que só vendo. Era filho de um cigano com dente de ouro, Silvanus.
Quando menino queria ser malabarista e sair com a trupe de saltimbancos com chapéu engraçado, mas acabou em uma pia, lavando cinzeiros.
Saiu de casa, foi morar sozinho, com uns outros caras meio malucos como ele. Não conseguiu arrumar emprego, ficou depressivo e solitário na metrópole dos paredões cinzentos, comeu macarrão o mês inteiro, perdeu três ônibus e dormiu no metrô. Passou mais tempo em casa, viu televisão de cueca e começou a lavar a louça de vez em quando. Daí pra faxina com moveis empilhados foi um salto.
E quando se sentiu mais feliz, forte, seguro de si: deu um trato no cabelo, escanhoou os pelinhos do queixo cuidadosamente e pôs debaixo do ombro uma pasta.
Foi procurar um emprego!

8 comentários:

Petê Rissatti disse...

Depois das minhas pesquisas de ontem, posso dizer que você, meu amigo, é uma espécie de flanêur paulistano.
Dos seus textos gosto muito.

Abraçõ

Flávia disse...

três palavras:

atitude.
guinada.
hoje.

Beijos!

i disse...

Fala Thiago! Um comentário: o nome do seu blog é o melhor que eu conheço. Blog é isso aí, e tá certo! Abraço!

Kelly disse...

Tudo a seu tempo, certo?

Adorei!

To viciando no seu blog!
bjoks

Anônimo disse...

e achou?

de faxineiro?

adorei...quase sentí a solidão no metrô.

beijo

Tiago Soarez disse...

Essas coisas meio solitárias me causam um sentimento estranho...
Mas, é a vida!

abçs

Flávia disse...

Moço, tem presente pra tua conversa de leigo lá em casa.

Passa pra pegar...

Besos

Alle Nascimento disse...

hahah! lega, gostei da descrição..